Coluna passada trouxe um problema geral das linhas
executivas: a quantidade de veículos insuficientes para opera-las
adequadamente, problema que ocorre em todas as linhas, sendo mais comum
atualmente nas linhas 290 (Mata do Jacinto – Shopping Bosque dos Ipês – Praça
Ary Coelho) e 291 (Nova Bahia – Shopping Bosque dos Ipês – Praça Ary Coelho).
Veículo executivo da Viação Campo
Grande, um dos 2 micros executivos remanescentes na cidade
Nesta coluna trarei alguns problemas mais específicos das linhas
e do sistema como um todo.
- As linhas 592 (Universitária II – Shopping) e 593
(Rouxinóis – Shopping) são definitivamente as piores linhas executivas.
Programadas para operar somente com um veículo cada, o intervalo delas passam
de absurdos uma hora e 15 minutos, chegando
a uma hora e 40 minutos na caso da 592. Com intervalos tão altos, a linha só
atrai usuários que saibam exatamente o horário que ela deve passar, ainda assim
somente se coincidirem com suas necessidades, pois arriscar esperar uma delas
em um ponto sem conhecer a tabela é loucura. Com isto a linha acaba não
aproveitando mais da metade do seu potencial em atrair passageiros, sendo
prejudicial ao próprio consórcio, que deixa de arrecadar um bom dinheiro com
isto.
Veículo da Floresta operando a 593, linha de altíssimos intervalos
- Diversas regiões extremamente populosas e com grande
demanda de transporte público não possuem linhas executivas. Para ficar em
alguns exemplos, todo o grande Nova Lima e Centro-Oeste, 2 dos 5 mais populosos
bairros de Campo Grande não possuem linhas executivas. O serviço sofreu uma
grande expansão nos seus quase 10 anos de operação, mais ainda está muito longe
de atender todo seu potencial.
- As linhas 290 e 291, já bastante discutidas, são duas
linhas irmãs, com pequenas diferenças no itinerário. São como se fossem tabela
A e B uma da outra. Recentemente elas foram esticadas até o Shopping Bosque dos
Ipês, numa ideia com seus erros e acertos. A ideia principal deste
prolongamento era fornecer uma ligação entre o novo shopping e o centro sem
necessidade de baldeações (troca de ônibus), e o principal acerto foi a
expansão de horário da linha 291, se tornando a única linha executiva da cidade
a operar integralmente, inclusive sábados, domingos e períodos noturnos. Mas o
principal erro está no itinerário e ponto final das linhas. O itinerário das
linhas incluem algumas voltas, principalmente no sentido shopping – centro que
torna a viagem mais demorada, sem contar que o ponto de descanso do motorista está
no meio deste caminho, aumentando ainda mais o tempo que os passageiros gastam
dentro do ônibus.
Veículo da São Francisco operando a polêmica linha 291
Das soluções possíveis, a que considero ideal é a criação de
uma linha executiva atendendo a região do Nova Lima e que passe pelo shopping
no “meio do caminho”, desta forma o trajeto centro-shopping ou shopping-centro
seria direto em ambos os sentidos. Transferir o ponto de descanso do motorista
para o shopping no caso das linhas 290 e 291 é outra boa opção caso se encontre
um ponto com a estrutura necessária para o motorista realizar seu descanso, ir
ao banheiro e tomar água.
- Como a maioria das linhas atende um shopping, das opções
de lazer mais procuradas atualmente, a expansão de operação delas para sábado a
tarde e também aos domingos seria um bom teste para ser feito.
- A linha 190 (Aero Rancho – Praça Ary Coelho) possui 2
tabelas nas quais os itinerários se diferenciam bastante no meio do caminho,
atendendo bairros completamente diferentes. Para os moradores destes bairros,
que depende somente de uma tabela, volta o problema dos intervalos extremamente
longos citados no primeiro tópico. Os moradores dos bairros atendidos somente
pela tabela B ainda não contam com linha executiva aos sábados. A expansão do
serviço com novas linhas poderia solucionar este problema.
Mapas das linhas 190 A e B, com notável diferença no meio do
caminho.
Em resumo, o serviço executivo é um belo diferencial no
transporte coletivo da cidade, uma ideia moderna e que ajuda a atrair mais
passageiros para o sistema, porém este deve ser constante atualizado e ter
confiança do usuário, coisa que as empresas de Campo Grande e a AGETRAN vem
pecando nos últimos anos e devem ser cobradas por isto.
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